Técnica de Sobrevivência: Cálculo I

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Atualmente as redes sociais, por meio de meme, difundem a dificuldade clássica para a maioria dos estudantes que iniciam um curso superior na área de exatas. A dificuldade está em passar na disciplina de Cálculo, mais precisamente não Cálculo I, base de todo curso de exatas. O conceito de Cálculo na matemática é muito diferente aquele atribuído por uma pessoa no seu cotidiano. Trata-se de ferramenta matemática que permite estudar diversos fenômenos e eventos que ocorrem em determinadas situações. Para seu estudo e compreensão é necessário o domínio de conceitos de Álgebra , Geometria Analítica , Funções e Trigonometria . Se o leitor está pensando em realizar um curso na área de exatas, pode ser relevante aos seus estudos, realizar uma Avaliação Diagnóstica, para analisar seus conhecimentos nestas quatro áreas. Em seus livros James Stewart, costuma disponibilizar, logo de inicio, uma avaliação deste tipo. Que tal realizar esta avaliação? Lembre-se que é sem

Geometria MelGibsiana: a assustadora geometria do "O Homem Sem Face"

A maioria das pessoas não são amantes da matemática, fato que está mais que comprovado, mas temos professores )e pessoas que tentam agir como professores) que não ajudam em nada para melhorar este quadro. 

Em The Man Without a Face (1.993, O Homem sem Face), um desfigurado e assustador Mel Gibson está ensinando uma geometria ainda mais assustadora a um garoto:




A legenda está traduzida de uma forma mais ou menos correta, pois no original temos:



Justin McLeod: Desenhe um círculo ABC. Desenhe dentro dele qualquer linha reta AB. Agora divida em duas partes iguais AB em D e desenhar uma linha reta DC em ângulo reto com AB. Você está acompanhando Norstadt?

Norstadt: Sim, Senhor. 

(este "sim" é como aquele "sim ?" que o professor escuta dos alunos quando se pergunta "entenderam classe ?" após explicar algo sobre a matéria; o professor olha para a classe e vários alunos que disseram "sim" estão com aquela cara de "sim ... to boiando!")

Justin McLeod: Ok, qualquer outra linha reta AC. Agora a divida AC e você encontra o centro do círculo.

O “professor” utiliza uma didática incorreta e incompleta e erra feio na sua construção geométrica. Vamos realizar uma analise da cena.

Inicialmente ele construiu uma circunferência representando o círculo do problema. Determinou três pontos nesta circunferência, até aqui tudo em perfeita harmonia com o que foi ensinado pelos geômetras antigos.

Agora inicia-se as falhas didáticas: o próximo passo é traçar o segmento de reta AB e não a “linha reta AB” que forma uma corda da circunferência.

No segmento de reta AB, determinamos o ponto médio D e não “dividir em duas partes iguais em D”.

Nesta parte Euclides e os demais geômetras antigos devem ter remexido seus ossos nas suas tumbas ... Se ele determinou o ponto C antes de iniciar as construções como pode ter certeza que o segmento de reta DC é perpendicular a ao segmento de reta AB. 

Deste momento em diante esta tudo errado na demostração uma verdadeira "pisada no tomate".

Seguindo esta linha de raciocínio o correto é traçar uma semirreta perpendicular ao segmento de reta AB iniciando no ponto D. 

Na sequência deve traçar o segmento de reta AC e proceder conforme realizado no segmento de reta AB: determinar o ponto médio do segmento e traçar a semirreta perpendicular ao segmento de reta AC iniciando no seu ponto médio.

A intersecção dessas duas semirretas é um ponto O, centro da circunferência.

Mas a linha de raciocínio não esta toda incorreta. Inicialmente o professor deveria ter considerado apenas dois pontos A e B. Traçar o segmentos de reta AB, encontrar o ponto médio D, e traçar a semirreta perpendicular ao segmento de reta AB iniciando no ponto D.

A intersecção desta semirreta com a circunferência formaria o ponto C, que o professor queria inicialmente, então poderia proceder conforme finalizou sua construção: determinando o segmento AC, encontrando seu ponto médio e construindo a semirreta perpendicular ao segmento de reta AC iniciando-se no seu ponto médio, encontrando o ponto O, intersecção das semirretas e com isso o centro da circunferência.

Normalmente esta construção geométrica é realizada, resumidamente, da seguinte maneira:

Determina-se 3 pontos A, B e C na circunferências.


Traça-se o segmento de reta AB e o segmento de reta AC.


Traça-se a mediatriz do segmento de reta AB.


Traça-se a mediatriz do segmento de reta AC.


O ponto de intersecção das mediatrizes é o ponto O, centro da circunferência.


Observe que o ponto O está equidistante do ponto A e do ponto B, da mesma forma está equidistante do ponto A e do ponto C, logo equidistante do ponto B e do ponto C, que caracteriza o centro da circunferência, que é o ponto que está equidistante a qualquer ponto na circunferência.


Para finalizar, a cena apresenta Justin McLeod mostrando todo seu carisma ao questionar seu aluno sobre qual conclusão que chega a Proposição 47° do livro “Os Elementos” de Euclides que trada da demonstração do Teorema da Hipotenusa, o conhecido como Teorema de Pitágoras.


Fonte: POLSTER, Burkard. ROSS, Marty. Math Goes to the Movies. Johns Hopkins University: Baltimore, Maryland, 2.012.


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