O assunto desta postagem pode ser vista como provocativa por parte de alguns leitores, entretanto, considero um bom assunto para discussões em sala e uma oportunidade de uma atividade interdisciplinar entre a Matemática e a Filosofia.
|
Blaise Pascal (1.623 + 39 = 1.662) |
A Matemática e a Filosofia caminharam juntas durante boa parte da história e muitos matemáticos eram filósofos e pelo que vejo, atualmente parece que existe uma ruptura nestas duas áreas.
Blaise Pascal (1.623 + 39 = 1.662) foi um científico, matemático y filósofo francês que morreu antes de publicar sua obra filosófica mais importante: Pensées y De I’Esprit Géométrique.
Nesta obra é apresentado, o que se conhece atualmente como “A aposta de Pascal”, que historicamente, foi um trabalho pioneiro no campo da teoria das probabilidades.
Em termos simples a aposta diz o seguinte:
- se for impossível que uma pessoa creia com segurança que Deus existe, então tal pessoa deveria crer em Deus de qualquer maneira – “somente no caso” que Ele exista;
- se provarem que Deus existe, o crente “ganha” a aposta ao receber uma recompensa eterna (viver no paraíso);
- se provarem que Deus não existe, o crente não perde nada (a não ser, talvez, alguns prazeres temporais, cuja perda é superada pela liberdade da angustia da incredulidade);
- se provarem que Deus não existe e a pessoa que não é crente, então tal pessoa pode ganhar os prazeres temporais;
- se provarem que Deus existe e a pessoa não é crente, então tal pessoa será castigada por sua incredulidade (viver no inferno);
Observe que:
- para Deus existe e pessoa crente → ganho eterno;
- para Deus não existe e pessoa crente → nenhum ganho;
- para Deus não existe e pessoa incrédula → nenhum ganho;
- para Deus existe e pessoa incrédula → perda eterna;
Quem nunca perde a aposta? A pessoa crente. Por que? Se Deus existe, a pessoa crente “ganha” ao ir para o paraíso. Se Deus não existe, a pessoa crente vive, morre e este é o fim da história, não tendo perdido nada.
Entretanto, quem perde em 50% do tempo? O incrédulo. Se Deus existe, “perde” ao não crer e porque vai para o inferno. Se Deus não existe, o incrédulo vive, morre e este é fim da história, não tendo perdido nada como o crente.
Um dos “apostadores” nunca perde e um perde na metade do tempo. Então Pascal concluiu que é mais seguro crer em Deus do que não crer.
|
Fonte: http://www.flickr.com/photos/joaosejoanas4/6500109611/ |
Existem tanto autores que defendam o argumento de Pascal e considerem-no um argumento válido, como existem autores que o consideram inválido.
Fontes:
La Falacia de Predicar a Pascal: http://espanol.apologeticspress.org/espanol/articulos/240425
Wikipedia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Aposta_de_Pascal
A aposta de Pascal é um bom argumento?: http://www.revista.vestibular.uerj.br/coluna/coluna.php?seq_coluna=70
Comentários