Concurso: Programa de Pós-Graduação de Ensino de Ciências Exatas – Exame de Ingresso – 1ª Etapa.
Ano: 2.008
Instituição: UFSCAR
Questão: 2
O problema 14 do Papiro Matemático de Moscou constitui-se no cálculo do volume de um tronco de pirâmide. Um tronco de pirâmide é o sólido resultante do corte de uma pirâmide por um plano paralelo à sua base retirando-se a pirâmide menor obtida por este corte. Se o tronco de pirâmide tem uma base quadrada de lado a, um topo quadrado de lado b, e sua altura é h, então, como perceberam os egípcios antigos, o volume do tronco de pirâmide é:
(h / 3) . (a2 + a . b + b2)
Usando o fato que o volume de uma pirâmide é (1 / 3) x área da base x altura, mostre que a fórmula egípcia para o volume do tronco de pirâmide está correta.
Solução:
Observe a figura:
Para verificar se a fórmula egípcia está correta temos que:
- H é a altura da pirâmide original;
- h' é a altura da pirâmide retirada para formar o tronco de pirâmide;
- h é a altura do tronco de pirâmide;
- a é a medida do lado da base do tronco de pirâmide;
- b é a medida do lado do topo da pirâmide;
- V é o volume da pirâmide original;
- v' é o volume da pirâmide retirada para formar o tronco de pirâmide, e;
- v é o volume do tronco de pirâmide.
Partindo destes dados, temos:
v = V – v’
h = H – h’ → H = h + h’
A área da base da pirâmide original é igual a a2, e a área da base da pirâmide retirada é igual a b2.
V = (1 / 3) . a2 . H = (1 / 3) . a2 . (h + h’)
v’ = (1 / 3) . b2 . h’
v = V – v’ = (1 / 3) . a2 . (h + h’) – (1 / 3) . b2 . h’ =
= (1 / 3) . [(a2 . h) + (a2 . h’) – (b2 . h’)] = (1 / 3) . {(a2 . h) + [(a2 – b2 ). h’]}
v = (1 / 3) . {(a2 . h) + [(a2 – b2 ). h’]}
A pirâmide original e a pirâmide retirada são semelhantes, então tem os ângulos ordenadamente congruentes e as arestas das bases, arestas laterais, altura e demais elementos homólogos são proporcionais.
Calculando h’:
Sendo a altura da pirâmide original e da pirâmide retirada, proporcionais, calculamos a razão de proporcionalidade (k):
k = (H / h’)
A razão entre as áreas das bases é igual ao quadrado da razão de semelhança.
(a2 / b2) = k2 = (H / h’)2
(a2 / b2) = (H / h’)2 → √(a2 / b2) = (H / h’) → (a / b) = (H / h’)
a . h’ = H . b → a . h’ = (h + h’) . b → a . h’ = b . h + b . h’
a . h’ – b . h’ = b . h
h’ . (a – b) = b . h
h’ = (b . h) / (a – b)
Substituindo h’ em v, temos:
v = (1 / 3) . {(a2 . h) + [(a2 – b2) . h’]} =
= (1 / 3) . {(a2 . h) + [(a – b) . (a + b) . [(b . h) / (a – b)]]} =
= (1 / 3) . {(a2 . h) + [(a + b). (b . h)]} =
= (1 / 3) . {(a2 . h) + [(a . b + b2). h]} =
= (1 / 3) . {h . (a2 + a . b + b2)} = (h / 3) . (a2 + a . b + b2)
Para saber mais, consulte:
DOLCE, Osvaldo. POMPEO, José Nicolau. Fundamentos de matemática elementar – volume 10 – geometria espacial: posição e métrica. 5.ed. São Paulo: Atual, 1993. p.268-278
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